23 de mai. de 2012

Amor real

As mães são os únicos seres que vão te amar em qualquer circunstância. Não importa o quanto você erre ou esteja ausente. Para as mães os filhos são seu maior tesouro. Por um filho deixam de comer, de dormir e abrem mão de qualquer sonho. Mãe compra qualquer briga. E enfrenta o mundo só para te proteger.
Mãe te puxa as orelhas e você pode pensar que ela não te entende. Você que é cego. Mãe vem com um tipo de radar. Um tipo de roteiro. Ela sempre saberá o que é melhor para você. Sempre!
Pode o destino te levar a caminhos diversos. Mas um dia você parará para pensar e irá se  dizer : " Minha mãe tinha razão".  E talvez nesse dia sua mãe não possa estar por perto.....E você vai sentir uma saudade terrível que nada no mundo fará passar. Só restará fechar os olhos e lembrar daquela mãe incrível. 
E agradecer por ter tido ela por perto.......
Elos de mãe não são terrestres. Tu podes ser filho biológico ou adotado. Mas com certeza de um jeito ou de outro nasceu exatamente para uma específica mãe. Suas histórias eram destinadas.
Maktub.

21 de mai. de 2012

Antes de Partir



A vida acaba. E você irá passar por isso. Você perderá repentinamente alguém ou irá vê-la partir aos poucos. Seja como for em algum dia sentirá essa dor. E algum dia também irá partir. Inevitável.

Voltei para Santiago quando soube que minha mãe estava doente e precisava de cuidados. Quase não a reconheci no hospital. Onde estava aquela mulher forte e totalmente independente? Essa mulher sumia lentamente....

Quando a abracei percebi que ela já não era a mesma. Alguma coisa estava errada.
Conversando com minha irmã soube que minha mãe estava com uma doença em fase terminal. Câncer. 

Não havia o que fazer. Aos quase 80 anos e no estágio que a doença estava só podiamos cuidar dela o melhor possível e dar-lhe todo amor que conseguissemos. 
Mas doeu. Feriu de mais vê-la não conseguir se alimentar, caminhar ou mesmo simplesmente ir ao banheiro. 
Irônica a vida, pois no fim de sua existência aqui minha mãe regrediu a um tipo de criança. Trocar suas fraldas, escovar seus cabelos, alimentá-la.....Até sua voz ia sumindo....
Todos os cuidados que minha mãe teve comigo quando eu era um bebê, agora eu fazia com ela.....E viver isso vira seu mundo.....

A mãe ficou uma semana em casa e retornou ao hospital. Porém em seus últimos dias ela percebia que não tinha mais volta....

Numa manhã no hospital, minha mãe segurou minha mão e falou um pouco comigo. Em 30 anos, essa foi a primeira vez que tive a certeza do quanto minha mãe me amava. Eu podia ver, sentir e quase tocar o amor dela por mim....

Vivemos com nossas diferenças. Nunca fui muito padronizada. E acreditava que ela me amasse assim mesmo. Porém não calculava tamanha força de sentimento.

Por mais que eu conheça pessoas incríveis nunca serei amada como um dia fui por minha mãe....
E  jamais alguém será tão forte como ela foi.
A minha guerreira partiu...
Eu fiquei aqui perdida. Pedindo apenas que eu tenha pelo menos 10% da força daquela mulher.....

30 de mar. de 2012

Saudade do fogão a lenha


Paro. Analiso. Sinto profundamente. Rio. Reflito pela saudade não esperada.
Inclino-me para frente. Deposito a mão suavemente sobre as pernas.

Saudade inusitada do velho fogão a lenha.

Não pense, possível leitor, que a saudade deve-se ao frio. O dia foi quente.

O sentimento simplesmente veio e entrou sem pedir licença.

A mente lançou-se para o passado e ficou por lá dançando entre as labaredas...

Saudade daqueles minutos perto ao fogão a lenha em que a menina ignorava a realidade a sua volta e sonhava olhando o fogo. Saudade de pegar o pão caseiro, passar manteiga e deixá-lo no forno a aquecer...
Saudade daquela emoção singela de ignorar todos a volta e saborear só meus pensamentos e o calor das chamas.
Vocês dirão que sou ridícula em admitir. Mas surgiu saudade daqueles sonhos bobos e ao mesmo tempo inocentes onde eu imaginava com seria ter uma torradeira...( E não falo das elétricas. Alguém ainda lembrará daquelas torradeiras antigas de ferro?)


Oh saudade maldita. Misteriosa. Destruidora. Impetuosa....Vá....Vá logo embora.
Não leve-me a mal. Mas de mim restou apenas uma mulher com cicatrizes e elas nem foram feitas pelo fogo...

Vais rápido. Não quero que me vejas chorar. Mas...

Mas podes voltar outro dia. Se puder avisa. Não me pegues assim tão despreparada e sem nada a oferecer...
Agindo assim não és minha amiga. Não estas sendo justa. E farás isso logo com quem sempre foi tua companheira?

Saudade...Oh...Sua garota levada que nunca me dá ouvidos...
Porém...Sempre está por perto fazendo companhia....
Num vicio de jamais me preender e tão pouco libertar....

Não te magoes atoa. Já sabes que não vivo sem você. Está tudo bem... Desfaz esse beicinho e vais passear pela praia e provocar estranhos....Amanhã a gente se fala. Amanhã, se te comportares, eu prometo te contar uma história. E então poderá guardá-la com você como mais uma ponte até mim.





5 de fev. de 2012

Eu não ligo...

Eu não ligo para qualquer palavra dita.
Não me importo com o veneno solto. O que te faz pensar que ao me falar que alguém não é uma boa pessoa eu vou crer?
Por que razão achas que ao sussurar que alguém é falso eu vou acreditar?
Achas que usar o argumento de que está me avisando por gostar de mim irá me convencer?
Depois de alguns anos aprendi que ditos amigos se quer conhecem amizade. E principalmente carrego a lição básica de dar uma chance as pessoas.

Podes difamar este ou aquele. A base de minhas ações e emoções são as pessoas em si e suas atitudes comigo. Fofoca de outros para mim são como penas soltas o vento. Não podem me atingir e nem eu posso contê-las sempre...

Então não perca seu tempo comigo se fores usá-lo para maldades.

O mundo lá fora me espera. E a vida não pará.

9 de jan. de 2012

Mundo de Morpheus

Eu acordei. Acordei?
Bem, de inicio estava simplesmente num lugar com amigos. Um típico restaurante. Ouvia suas conversas e respondia. Ao mesmo tempo tentava ignorar o som ao redor. O som de pessoas comendo irrita-me.Ouvir suas conversas perturba-me. Era sempre algo sobre a vida de alguém. Ou sobre como alguém deveria viver. Um misto de fofoca maldosa e som de garfos raspando um prato. Junto a isso aquele som insuportável que faziam ao mastigar o alimento.
Em um segundo não houve mais nada. E ninguém.
Todos sumiram. O som.... esse não existia.
Em milésimos de segundos me senti bem. Porém instantes depois....Percebi que estava só num lugar em que antes ouve sons. Houve vida. Mesmo que fosse aquela que antes me desconcertava...
Estaria eu num tipo de umbral? Seria um tipo de purgatório? Ou era o paraiso?
A dúvida era o que me atormentava. Não saber se era bom ou ruim me tirava o chão....
A minha volta existia ( existia? ) somente móveis. Os únicos movimentos eram os meus e os da fumaça de meu cigarro...
O que era isso? Estava louca? Ou apenas fiquei sã?
Dúvidas. Era tudo que tinha. E descobri que era tudo que ninguém suportava ter....( descobri isso ou sempre o soube?)
Não tinha noção de tempo ou espaço. MInha própria existência era assustadora.
O que acontecia???
Logo ansiei por qualquer som. Qualquer coisa que provasse que havia algum sentido.
Seria não ter sentido em nada o sentido das coisas???
"Tudo ficará bem" me dizia mentalmente. Ficaria realmente bem ou eu queria crer nisso?
Sentia que era humana. Ou acreditava nisso. Sentia fome, frio e medo. Porém nada para acalentar isso.....
Tudo era caos.

Estaria naquele vazio de seres as respostas por quais tanto batalhei?
Na hora do desespero tudo termina. A palavra esperança não existe....
Desespero. Era isso.......Isso que cortava minha alma.....
Eu chorei. Mas quantas vezes havia chorado só. Porém naquele instante era mais que do doloroso. Era simplesmente ser. Ser isso e mais nada....
Nada. Isso era o nada? Como posso estar no "nada " e ainda ter questionamentos? Estou realmente no que chamam nada? Ou é tudo e sou tou pequena e insignificante que nao sei?

Há cura? Estou doente? Estou? Digo, existo? Existi?
O desespero traz sua irmã gêmea. O pânico...
Gritei. Terei gritado? Ou imaginei?
Então o inesperado do clichês ocorre. Aquele simples som. Que de inicio é so um sussuro,
"ei....XXX não se perdeu. Apenas estas inevitavelmente se encontrando".
Olhei procurando a origem do que ouvi. Mas realmente ouvi? Ou minha mente me pregava peças?
Quem sou eu, me pergunto. Sabendo que todos se perguntam isso. Todavia como sei? Afinal quem é esse todos?
O pânico aumenta. A sensação de ter respostas sem as ter definitivamente me faz sofrer....
"Tudo é escolha" eu escuto...
Escutei ou disse a mim mesma?
Eu só queria acordar. Ou voltar a dormir.
Eu já dormi? Eu terei algum dia realmente acordado.....
Eu............???

Morpheus??

(...)

25 de out. de 2011

Reticências Eternas

Normalmente as pessoas se negam a encarar seus lados mais sombrios. Isso é o natural. Mas seria o certo? Pergunto-me isso porque tenho a tendência a observar meu lado obscuro. E não são os defeitos que mais me assustam. São as dúvidas. Antigamente temia que meu lado mais negro fosse não temer a morte. Claro que a vi apenas no semblantes de pessoas que amava ou que apenas conhecia. E sempre afirmo que não temo a morte e sim a decrepitude da vida... Porém, sinto isso aos 30 anos e supostamente saudável. Mudarei de ideia mais adiante? Não sei...
Hoje posso afirmar tranquilamente que me apavora saber que alguém que eu goste esteja numa situação delicada de saúde. Tenho impulsos de enfrentar o mundo e fazer de tudo para ajudar. E convenhamos, por mais que queiramos ajudar alguém numa situação dificil, não somos médicos e tão pouco curandeiros. O máximo que fazemos é estar perto e dizer: Ei, estou aqui e você não está só. Contudo, até que ponto podemos estar juntos? Até que ponto isso é saudável, quando sinto que parte de mim se esvai? Ou até onde essa reflexão tem sentido, quando um alguém novo chega e conquista sua afeição te trazendo algo a mais?
Talvez eu devesse ver mais televisão. Quem sabe assim não ficasse a refletir sobre questões que não me trazem respostas exatas. A existência não é matemática. Não temos controle sobre ela. Podemos tentar somar e ao chegar no resultado vermos que fomos subtraidos. Acabaram por tirar de nós algo precioso e não há meio de recuperar. Ou podemos dividir e descobrir que no fim multiplicaram-se emoções boas...
E ainda tem o outro lado. Há pessoas que amamos, porém devido as circunstâncias da vida não permanecemos ao seu lado. Algumas no máximo mantemos um contato telefônico. Então por que mesmo "distantes" sofremos tanto por tais seres?
E se não bastasse tantas dúvidas, existem ainda outro ponto. Aquele onde alguém te machuca tanto que nos afastamos para poder sobreviver. Todavia não odiamos. Mantemos aquele amor guardado e muitas vezes renegado. Apegados a momentos ilusóriamente maravilhosos...
Pior do que pensar em tantas coisas sem ter resposta é ter a certeza de que nunca deixará de analisar, de questionar e lamentar ser tão pequeno na existência. Vivendo assim uma busca eterna....
Uma agonia eterna.
Reticências eternas...