18 de ago. de 2011

E se

E se é uma expressão da qual tenho suspeitas. Ela pode te trazer alguma prudência nos atos, porém também pode deixar-te preso a alguma coisa ou até mesmo a alguém.Procuro analisar bem minhas atitudes mas não me prendo no “ E se”.“E se der errado”? “ E se me arrepender”? “ E se eu falhar”? “E se eu sofrer”?

Se é para dar atenção a estás duas palavras, prefiro colocá-las da seguinte forma “ E se eu não tentar”?

A nossa vida é o enigma do qual não teremos todos os dados para decifrar. Como disse um amigo outro dia: - Não tens que te preocupar com tantas perguntas. Não terás as respostas.Eu sei. Contraditoriamente nunca deixarei de buscar respostas. É da minha natureza inquieta. Todavia não permitirei que isso me prenda e me impossibilite de viver.

A nossa existência, tão frágil, por mais que não admitamos às vezes, pode acabar na próxima esquina. Ou terminar com aquela dor no coração repentina. Talvez numa doença escondida...E quem sabe ao dançar uma valsa... O modo como esse dia chegará tem milhões de faces. O valioso? Aquele chimarrão compartilhado com colegas de trabalho. As risadas sinceras. As confidências... A festa onde dançamos livremente. A música que dividimos. As lágrimas que ajudamos a secar... As conversas longas...O importante é essa felicidade que temos diariamente com quem amamos. O almoço de família, o passeio no parque...O filme do qual comentamos...

Onde estarei amanhã? Isso muda conforme minha decisão, conforme o passo que dou...

Amanhã posso estar conhecendo pessoas novas. Ou posso estar escrevendo aquele email para a pessoa de quem senti saudade. Amanhã posso estar perto ou longe. Mas comigo estará um pouco de cada pessoa que conheci. Elas farão partes das histórias que dividirei, e ao sorrir nessas conversas, será como sorrir com elas também.

O “E se” fará parte dos poucos momentos que eu o permitir participar. O “ E se” não irá comigo quando partir.

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