19 de ago. de 2011

Desejo

Por mais que tivesse mais pessoas ao seu redor, ambos sentiam que só importava a presença um do outro. Conversavam com as pessoas ao redor, mas seus olhos mantinham uma conversa particular.
Ao levá-la para casa no final da festa sentia que não queria deixá-la.
Trocaram um beijo no rosto.
Ela desceu do carro e deixou-se ficar no sofá. Fazia um tempo que não sentia uma atração tão forte por alguém. A atração que ele despertava nela era mais do que física. Queria poder eternizar aquelas conversas de múltiplos assuntos. Queria manter o perfume que emanava do corpo dele...

Na estrada, o rapaz dirigia feliz por ter conhecido a bela mulher. Porém um pouco triste, pois queria ter sido convidado para entrar. Quem sabe um café... Ou mesmo nada. Apenas ter mais alguns minutos naquela presença enigmática e provocativa.

Ela foi até seu quarto. Olhou-se no espelho e por um segundo achou-se atraente. Sentia isso porque lera naqueles olhos. Queria adivinhar os pensamentos que ele teve. Sentou-se na cama, livrou-se dos sapatos pretos e elegantes. Massageou os pés. E foi inevitável não criar mentalmente o toque dele em sua pele.
Tirou a meia preta lentamente. Sentindo a temperatura de seu corpo com as próprias mãos. Os gestos foram tão delicados e cronometrados que parecia um ritual. Um ritual sensual. Abriu o fecho lateral do vestido e permitiu que o mesmo caísse aos seus pés. Vestiu uma camisola preta, levemente transparente, que delineava as curvas do seu corpo.

Ele dirigia vagamente. O vazio do carro o incomodava. Por instinto tocou o banco. Há poucos minutos aquela mulher estava ali.
Estacionou. Deixou que seus dedos passeassem. Se ela ainda ali estivesse sua mão direita tocaria seus cabelos. Seu pescoço. Desceria pelas suas costas até abraçá-la e puxá-la para perto de si. A esquerda a prenderia... Iria aproximar seus lábios da pele do seu pescoço, indo em direção ao seu rosto. Mas sem beijá-la. Queria ver o arrepio que gesto poderia provocar...
O celular tocou. Saiu rapidamente daquele transe. Estava ficando maluco?

Do outro lado da linha, ela não conseguia falar. Tivera com o telefone nas mãos um tempo, apenas olhando o número dele. Por que tinha tanto receio de ligar? Uma mulher independente e livre não tinha que ter reações tão bobas...Quando finalmente discou...Sua voz não saia. E ele permaneceu no alô.

Quantos segundos ficariam ambos assim?

Ele desliga.

Ela larga o telefone. Vai para a cozinha e abre um vinho. Que papel ridículo acabara de fazer. Agora estava sentada, usando uma camisola, tomando um vinho...e totalmente só.

Assustou-se com o som de batidas na porta. Passados 15 minutos da ligação ( ou seria mais?) quem mais poderia ser?

Na porta, podia ouvir seu próprio coração batendo acelerado. O que ia dizer?
Quando abriu a porta percebeu que ele estava tão ansioso e perdido quanto ela. Porém seus olhos já percorriam seu corpo através da fina roupa de dormir.
Estremeceu.

Nenhuma palavra foi dita. Ele entrou na casa. Ela recuou um passo sem saber qual reação ter. Enquanto ele fechava porta sem pressa. Precisa controlar seus pensamentos e emoções mesmo sabendo ser impossível.

Ao voltar-se para a mulher era puro instinto. Ela o enlouquecia. E podia ver que a fazia sentir o mesmo anseio.

Puxou pela cintura. Esqueceu das imaginações calmas e beijou-a com todo o desejo que manteve controlado por horas...
Ela não fugiu. Entregou-se ao momento sem medo...

Abraçados, acariciando-se, tocando-se intimamente....livrando-se das roupas...
Quem visse a cena diria que eles formavam um único ser.

Tinham o tempo que quisessem. Seria a primeira noite de muitas que viriam. Sabiam disso. Souberam no momento em que disseram um ao outro “Oi”.

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