12 de ago. de 2010

Caio F. Abreu e suas palavras

*Menos pela cicatriz deixada, uma ferida antiga mede-se mais exatamente pela dor que provocou, e para sempre perdeu-se no momento em que cessou de doer, embora lateje louca nos dias de chuva.

*Não choro mais. Na verdade, nem sequer entendo porque digo mais, se não estou certo se alguma vez chorei. Acho que sim, um dia. Quando havia dor. Agora só resta uma coisa seca. Dentro, fora.

*Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso.
A única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso. A única magia que existe é a nossa incompreensão.

*Não, meu bem, não adianta bancar o distante
lá vem o amor nos dilacerar de novo..."

*Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu. "

2 comentários:

  1. Caio eh muito bom. mas soube q ele nunca gostou de santiago. uma pena

    ResponderExcluir
  2. Não posso afirmar se Caio gostava ou não de Santiago. Mas imagino que a situação dele não era fácil. Homossexual numa cidade do interior? E naquela época?
    Hoje em dia, gostam de falar de Caio. Antigamente talvez isso não fosse tão fácil.
    Portanto se , você está certo (a) no que diz, creio que ele teria suas razões para tal.

    ResponderExcluir